quarta-feira, novembro 01, 2006

Repercurssão na imprensa


Está reportagem saiu publicada no Jornal Bom Dia - 27/09/2006

Apontados para a história


Veteranos moradores redescobrem a cidade em que vivem ao conhecer detalhes sobre a cultura, a arquitetura e a vocação de Bauru em passeio.
Um grupo de 30 idosos participou de uma caminhada pelo Centro para marcar o Dia Nacional do Idoso e o Dia Internacional do Turismo, ontem. O passeio ­ parte da 8ª Semana Municipal da Terceira Idade, que vai até amanhã ­ reuniu bauruenses e “forasteiros” que adotaram a cidade ao longo da vida.
Eles visitaram a praça Rui Barbosa, percorreram o Calçadão da Batista de Carvalho, estiveram no Museu Ferroviário e conheceram o cerrado nativo da Unesp.
Logo na saída para a caminhada, em frente ao Sesc (Serviço Social do Comércio), um depoimento emocionado de Benedita Carneiro Guerreiro, 64 anos, contagiou o grupo. A moradora da quadra 7 da avenida Aureliano Cardia, na Vila Cardia, conta aos colegas de Sesc o dia em que foi colocada a pedra fundamental do clube.
Ela viu. “Era uma tarde muito movimentada, mas não existia casa, nada na avenida”, lembra.
E se emociona, porque foi no Sesc onde encontrou força, depois de perder dois filhos de 14 anos e o marido, em dois acidentes, há 22 anos.“Encontrei estímulo no Sesc, com pessoas da terceira idade como eu, com problemas iguais ou até piores. Hoje, vivo uma vida normal.”
A aposentada Alice Chioca, 81 anos, é “história viva” ao falar de ferrovia. “Era um movimento enorme de gente que vinha nos trens carregados. Vi a Noroeste começar, quando trouxeram máquinas para drenar um brejo enorme que era a área da estação. Apesar da tristeza, é uma grande alegria poder contar como era e no que se transformou.”
Da jardineira ao planador
O presidente do Comupi (Conselho Municipal da Pessoa Idosa), Ubaldo Benjamim, 66, avalia que o passeio pelo Centro histórico é uma atividade que contribui com o bem- estar dos idosos.
Ele também se lembrou dos anos 60 ao passar pela quadra 7 da Batista de Carvalho. “Onde hoje é a loja Unidas foi o Banco Novo Mundo. Eu trabalhei lá durante sete anos e tomava o ônibus jardineira para fazer um curso de planador lá no aeroclube”, conta.
“São muitas referências, recordações. Hoje a gente sente que Bauru, embora com o progresso, já é uma cidade completamente diferente.”
Rui Barbosa, memória e jacaré
Quando chegam ao Centro, os idosos encontram uma praça Rui Barbosa bem diferente daquela guardada na lembrança. Em frente à catedral do Divino Espírito Santo, o sentimento que envolve o ferroviário aposentado Irany de Castro, 78, é a saudade.
“Esse jardim aqui era muito lindo, com arvoredos grandes, bancos de granito. Tinha peixes de várias espécies, animais de pequeno porte como patos, coelhos. E duas pontes que atravessavam dois lagos, com as bordas imitando madeira, por onde passavam casais de namorados e famílias.” Alguns se lembram até de pequenos jacarés nos lagos da praça. Castro mantém vivo na memória um verdadeiro mapa do Centro nas décadas de 1950 e 60.
Em dez minutos de conversa ao lado do coreto, ele lembra um a um os estabelecimentos comerciais da época e o tempo em que entregava panfletos nas casas para ganhar um ingresso e assistir, de graça, a uma sessão de terça-feira no antigo Cine Bauru. “Terça era a sessão dos ‘pão-duros’. Era mais barata.” O Automóvel Clube, na rua Primeiro de Agosto, é um dos orgulhos preservados pelo tempo.
Já a Casa Lusitana, na esquina do calçadão com a rua Gustavo Maciel, ficou na memória e num relógio que não funciona mais.
O grupo de idosos foi acompanhado pelo professor de ecologia vegetal Osmar Cavassan, da Faculdade de Ciências da Unesp (Universidade Estadual Paulista). “A praça era bem diferente, tinha arquitetura baseada em temas naturais e era muito mais arborizada”, afirma. “Dela, ficaram poucos elementos, entre eles o coreto.”
27/09/2006 Thárcio de Luccas

terça-feira, outubro 31, 2006

Os Mentores

Mario Giaxa
Carlos Giaxa

Bastidores do Passeio

As participantes em animada discussão - na foto Edi e Bene
Altos Comentários - Ruth e Célia


Todos prestando atenção aos comentários da historiadora Sandra Rubin
Benê e as crianças do Curumim

Benê entretém as crianças contando sobre a fundação do SESC

Anúncios dos Points Bauruenses



Relíquias do Museu Ferroviário





quarta-feira, setembro 13, 2006

Vagão da Locomotiva

Esta é a foto mais antiga da Ferrovia - Quando realizamos o passeio pelo Museu Ferroviário estava sendo comemorado a inauguração, há exato 100 anos, do primeiro trecho da ferrovia.
Vivenciamos então uma confluência de datas no mesmo dia 27/09/06 - Dia Nacional do Idoso, Dia Internacional do Turismo e 100 anos de implantação da Ferrovia.

Vista aérea de Bauru

Av. Rodrigues Alves





Nesta foto temos uma visão da Av. Rodrigues Alves totalmente arborizada, em toda a sua extensão havia bancos embaixo das árvores, onde os moradores aproveitavam a sombra . Mas ocorreu um fato curioso relatado pela maioria dos idosos. Por conta desta arborização surgiu um inseto que passou a incomodar a vida dos moradores, causando transtornos para as pessoas que buscavam descanso. Este inseto entrava até nos olhos dos traseuntes da Av. Rodrigues Alves, causando muita irritação e dor.

No cenário nacional, o país atravessava um momento politicamente delicado , estava ocorrendo uma série de denúncias de corrupção ao então presidente Getúlio Vargas. O seu opositor era o deputado Carlos Lacerda, que não se cansava de realizar discursos acusando o presidente. Apesar das denúncias, Vargas sempre gozou de apelo popular, era um lider carismático, e o povo não simpatizava muito com o estilo histrônico de Carlos Lacerda. Por conta desta situação os moradores de Bauru, resolveram apelidar o mosquito que habitava as árvores da Av Rodrigues Alves como "Lacerdinha".

Este fato insólito, evidencia de forma jocosa a relação dos moradores da cidade com a política. Vargas era muito querido em Bauru, segundo o relato da Srª. Alice Chioca, foi ele quem inaugurou o prédio da ferrovia na qual ela esteve presente.

Mas embora os moradores tivessem arrumado um apelido engraçado para o inseto, a situação em si, não era nada cômica, os moradores setiam-se incomodados e irritados com a sua presença. Para dar fim ao imenso incomodo, a Prefeitura simplesmente derrubou todas as árvores, acabando com uma bonita paissagem. Segundo o Prof. Osmar Cavassan, botânico, que nos acompanhou no passeio pelo centro histórico, essa espécie de árvore não era apropriada para o clima de Bauru, seria muito mais correto se a prefeitura tivesse substituido as árvores por uma outra espécie.

Inseri este episódio, por que o acho sintomatico na história desta cidade, inúmeros outros relatos, configuram e corroboram a imagem de descaso sobre o passado. Há cidade vai sendo esfacelada em sua história.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Rua Batista de Carvalho




Mais um episódio pitoresco envolve a principal rua do comércio de Bauru. Quando a cidade foi fundada a principal artéria do povoado era a R. Araújo Leite. Nesse ínterim veio residir na cidade um jovem comerciante denominado Batista de Carvalho. Ele abriu uma loja numa ruazinha sem nome que dava na estação, com o passar do tempo os moradores começaram a denominar a aquela rua como a "rua do Batista". O tempo passou, e é claro a cidade cresceu, novas ruas surgiram mas, todas sem denominação.
Batista de Carvalho, tornou-se um ilustre morador da cidade. O legislativo então resolveu dar nomes as ruas, fizeram uma assembléia, e escolheram os nomes dos mais graduados moradores da cidade, mas ocorreu um lapso o nome de Batista de Carvalho, fora esquecido. Diante do ocorrido Batista de Carvalho reagiu com bom humor, pegou uma táboa de caixão e escreveu: RUA DOS ESQUECIDOS.
O fato chegou até os ouvidos do prefeito, que achou muita graça e decidiu dar o nome dele a rua. Hoje a rua é um calçadão, o ponto alto do comércio na cidade, local onde centenas de pessoas passeiam diariamente. Além disso tornou-se um hábito dos moradores, andar pela Batista, o que gerou o verbo "batistar".

Rua Batista de Carvalho - Casa Lusitania


Automovel Clube

Vista Parcial de Bauru

quinta-feira, setembro 07, 2006

Memórias da Ferrovia

Pátio da Ferrovia
Vista Aérea do Prédio da Ferrovia
Prédio da Ferrovia
Vista Aérea do Pátio da Ferrovia
Praça Machado de Melo e o Prédio da Ferrovia

Pátio Interno - Plataforma de Embarque


quarta-feira, setembro 06, 2006

Vista aérea da Praça Rui Barbosa - Nova Catedral

Chafariz da Praça Rui Barbosa





Eis a foto da praça matriz e marco zero da cidade. Durante anos foi motivo de orgulho para a população. Conforme podemos perceber nesta foto, ela era muito arborizada, possuindo um elegante estilo paissagístico. Totalmente condizente com o clima da cidade. A perda desse espaço, foi nos relatada de forma vigorosa e emocionante pelo Sr Irani, no dia de nosso passeio, como ele mesmo afirmou a praça era um refúgio ameno, onde se podia passar algumas horas agradáveis. As outras fotos inseridas nesse Blog propiciam uma visão clara de como era a praça há alguns anos atrás.

Para os idosos este local carrega um valor que vai além do sentimental, a praça configura se num marco simbólico da cidade. Aqui realizava-se o passeio público dos moradores, ocorrendo o famoso "footing" bauruense. Em diversas cidades do interior e até mesmo na capital, existia o "footing". O que seria isso? Para quem não viveu aqueles tempos. O "footing" era uma estratégia de paquera, tratava-se de um caminhar ao longo do perímetro da praça. De um lado iam os moços e no sentido contrário caminhavam as moças. Apesar do aparente desencontro. Os olhares eram trocados, e a aproximação era feita. Muitas idosas conheceram seus maridos nesses passeios.

Com o passar dos anos a praça foi entrando em decadência. O que os moradores queriam era que a praça passasse por uma revitalização. Mas nos idos dos anos 90, a prefeitura fechou a praça e a entregou com uma nova configuração. Para todos os idosos entrevistados, o atual modelo da praça é um verdadeiro desastre. Nada foi preservado, somente o coreto foi mantido, o novo projeto não só descaracterizou a antiga praça como provocou um desmonte da paisagem. Ficou um espaço vazio, àrido e sem vida, hoje os moradores transitam de forma apressada pelo local, não se arriscam ficar na praça por muito tempo. E o chafariz há anos está desligado, a praça tornou-se um lugar desagradavel. Eis uma foto dos dias atuais que tiramos no nosso passeio teste (15/09). A atual situação da praça é um exemplo nítido do descaso dos governantes com a memória e com o passado da cidade.

Praça Rui Barbosa e a Antiga Catedral



Dois momentos da praça e da igreja matriz, como podemos perceber a igreja já não é a mesma. Mais uma vez estamos diante de um episódio polêmico da cidade: a destruição da antiga igreja matriz. Houve um impasse entre os poderes eclesiástico e municipal. O prefeito, a época Manoel Bento Cruz, queria ampliar a R. Batista de Carvalho, mas no meio havia a antiga igreja matriz (que não é está que aparece na foto) era uma capelinha que existia na praça, segundo os relatos sua demolição ocorreu na calada da noite, o que acarretou em descontentamento por parte da cúria. Ainda pairam muitos boatos sobre o episódio, alguns dizem que o bispo excomungou a cidade, outros dizem que apenas gerou um ressentimento, que foi resolvido entre as partes, com o comprometimento do prefeito de ajudar a erguer a igreja matriz. Na foto atual, aparece os participantes do passeio teste (15/09), ao fundo podemos ver a nova catedral com um estilo mais moderno, na foto preto e branco aparece a antiga catedral, que também foi demolida nos idos dos anos 50. Desconheço o porquê.

Por dentro da Praça Rui Barbosa




Nessas fotos podemos perceber o quanto a praça foi descaracterizada. Na primeira foto os dias atuais, poucas árvores um retrato do descaso. Na segunda uma foto dos aúreos tempos, quando a praça era viva, arborizada.

Vista da Praça Rui Barbosa